Multinacionales y paramilitares: una alianza poco investigada en Colombia
Global martes 11 de junio de 2024 - 19:51
AFP
Em um julgamento histórico, a justiça dos Estados Unidos responsabilizou na segunda-feira (10) a empresa de bananas Chiquita Brands por financiar paramilitares na Colômbia. O veredicto contrasta com o pouco progresso da justiça colombiana sobre as supostas relações entre multinacionais e esses esquadrões de extrema direita.
O júri convocado por um tribunal federal da Flórida concedeu uma indenização de US$ 38,3 milhões (cerca de R$ 205 milhões) aos familiares de oito vítimas das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), responsáveis por centenas de assassinatos na região de Urabá (noroeste).
Embora a Chiquita Brands afirme que foi vítima de extorsões, com seu dinheiro os paramilitares semearam terror durante os anos 90 e início do século na Colômbia.
Coca-Cola, a petrolífera BP e a mineradora Drummond são algumas das empresas denunciadas por possíveis vínculos com esses grupos armados, embora todas rejeitem essas alegações.
"Por que a justiça dos Estados Unidos pôde determinar em verdade judicial que a Chiquita Brands financiou o paramilitarismo? [...] Por que a justiça colombiana não pôde?", questionou na rede social X o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que denunciou insistentemente as atrocidades cometidas pelos paramilitares em sua luta contra as guerrilhas de esquerda.
- Sem precedentes -
Petro clamou pela criação de um "tribunal de conclusão" para esses casos, permeados por interesses poderosos.
Em Apartadó, um município de Urabá, famílias aplaudiram o veredicto contra a Chiquita.
Meu "filho foi desaparecido" pelas AUC, "não vão devolvê-lo, mas pelo menos me sinto tranquila [...] pelo menos alguém dá uma resposta", comentou à AFP Miriam Castillo, mãe de um jovem de 20 anos vítima dos paramilitares.
Segundo a EarthRights, a ONG que representou as vítimas em um tribunal da Flórida, "é a primeira vez que um júri americano responsabiliza uma grande corporação por sua cumplicidade em graves abusos de direitos humanos em outro país".
A Chiquita teria pago aos paramilitares "três centavos de dólar por caixa [de banana] exportada", segundo o defensor dos direitos humanos e ex-diretor da estatal Agência Nacional de Terras da Colômbia, Gerardo Vega.
- Carvão e fuzis -
No passado, outras demandas similares foram rejeitadas pela justiça americana.
Em 2009, um juiz de Miami decidiu contra o Sinaltrainal, um sindicato de trabalhadores de uma filial colombiana da Coca-Cola, que denunciou a gigante dos refrigerantes por financiar paramilitares que assassinaram três de seus integrantes.
Segundo o juiz, os demandantes não conseguiram provar os vínculos da Coca-Cola com o grupo armado e os fatos ocorreram muito longe da jurisdição dos Estados Unidos.
Em 2020, a ONU condenou a Colômbia por não fornecer "um recurso judicial efetivo" para esclarecer os autores intelectuais do assassinato de Adolfo Munera, integrante do Sinaltrainal baleado em 2002.
En 2015, la corte estadounidense también rechazó una denuncia contra la minera estadounidense Drummond por posible financiamiento de paramilitares, en un caso que avanzó en la corte colombiana.
El Ministerio Público ya acusó a dos directivos de la empresa en Colombia por haber financiado a actores armados a cambio de monitorear exploraciones de carbón en el norte del país. El juez que lleva el caso aún no ha emitido veredicto.
Luego de su desmovilización en 2005, miembros de las AUC declararon sobre sus presuntos vínculos con Drummond y la minera suiza Glencore, que operaba en Colombia a través de una filial llamada Prodeco.
- Unionista secuestrado -
En 2002, el sindicalista colombiano Gilberto Torres fue secuestrado y torturado durante 47 días por paramilitares en el departamento de Casanare (este).
Torres había encabezado una huelga en un yacimiento operado en parte por Ocensa, una filial colombiana del gigante petrolero británico BP.
En 2015, denunció a BP ante la justicia británica por su presunta responsabilidad en el atentado. El caso avanzó poco y un año después Torres desestimó su caso, alegando falta de recursos económicos.
En Colombia, los tribunales condenaron por el secuestro a un paramilitar conocido como Solín. En su decisión, el juez determinó que existen "elementos de juicio suficientes" sobre "la participación de la multinacional Ocensa en el secuestro".
La empresa no fue procesada en Colombia por estos hechos.
"Corresponde a los jueces colombianos condenar a empresas que, como Chiquita", financiaron a los paramilitares, clamó Gerardo Vega.
jss/das/dga/am
© Agencia France-Presse
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SG/CR
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